Duas irmãs de 95 e 94 anos, que foram diagnosticadas com a Covid-19, em Feira de Santana, cidade a 100 km de Salvador, se recuperaram da doença juntas, na casa onde moram, no bairro da Tomba, sem precisarem ser internadas em um hospital.
Dona Laurentina da Conceição, de 95 anos, tem nove filhos, 24 netos, 21 bisnetos e já alcançou a geração de tataranetos: são cinco. Já dona Narcisa da Conceição não teve filhos, mas ajudou a cuidar dos sobrinhos.
A diferença pequena de idade fez com que as irmãs se acostumassem a fazer quase tudo juntas, desde crianças e, desta vez, precisaram encarar um desafio que nunca tinham visto em mais de 90 anos: enfrentar uma doença ainda desconhecida.
A primeira a sentir os sintomas da doença foi dona Laurentina. Ela sentiu dores no corpo, perdeu o apetite e além da Covid-19, foi diagnosticada com dengue. Logo, a irmã mais nova também fez o teste e a família descobriu que dona Narcisa, que é cega e não anda mais, foi a primeira a pegar a doença.
“Minha pressão subiu de tanta preocupação, pelas idade dela, fiquei muito preocupada. Eu só pedi ao senhor, eu pedi a Deus que se ele tivesse que levar ela, que não levasse com esse diagnóstico de Covid-19”, disse a costureira Maria Eugênia da Conceição, filha da Laurentina.
“Foi difícil, mas eu procurei o máximo não entrar em pânico. As pessoas até olhavam com preconceito, teve mais preconceito do que cuidado, porque, só em falar, as pessoas já de distanciavam”, disse a trabalhadora doméstica, Cristina Conceição, filha de Laurentina.
Para a família das idosas, o fato das irmãs não terem precisado de atendimento médico foi encarado como um milagre.
“Eu agradeci a Deus, porque se falavam que idosos não aguentariam, não resistiriam”, disse.
Por TV Subaé e G1 BA