Inspiração: idosa supera limites e conquista diploma aos 69 anos

Essa é uma daquelas histórias publicadas na internet que acabam viralizando por servir como inspiração para tantas outras pessoas. Aos 69 anos, a maranhense Conceição de Maria Gonçalves Figueiredo conseguiu algo que anos atrás nem sequer imaginava: o diploma do ensino superior. A história dela fez sucesso nas redes sociais após sua neta publicar imagens da colação de grau realizada a distância, por conta da pandemia de Covid-19.

O que muitos não imaginam é a longa estrada cheia de desafios que Conceição percorreu até ter o seu objetivo alcançado. Com a depressão devido à perda de dois filhos em um curto espaço de tempo, a vida dela perdeu um pouco de cor. “Entrei em desespero, perdi o gosto de viver, não queria saber mais de nada, não saia de casa. Aos poucos, fui vendo que eu ainda tinha que fazer alguma coisa pelos meus outros dois filhos e netos que ficaram”, comenta sobre o momento difícil.

Mas foi justamente o estudo que serviu como motivação para seguir a vida. Ao acompanhar um dos seus outros filhos até o campus da CEST – Faculdade Santa Terezinha para fazer a inscrição na sua segunda graduação, a idosa recebeu um convite inesperado para participar da turma de Gastronomia da instituição.

“No começo, achei aquilo um absurdo… Eu, na minha idade, com a saúde debilitada, voltar para uma faculdade. Achei que não ia dar certo e não aceitei. Depois, meus filhos e meus netos me incentivaram tanto que eu mudei de ideia. Meu filho fez a inscrição, marcou a prova do vestibular e eu fui achando que não ia ser aprovada, mas passei”, comemora.

Aos 69 anos, a maranhense Conceição de Maria Gonçalves Figueiredo se formou em Gastronomia

Gastronomia então se mostrou como uma verdadeira paixão e o tratamento ideal para curar-se da depressão. Com o incentivo da família, amigos e colegas de turma, superou seus limites, ressignificou a relação com as panelas e conseguiu realizar o sonho de conquistar um diploma universitário. “Graças a Deus, encontrei o que eu queria, um lugar para me distrair, pra conhecer e conversar com pessoas novas. Quando cheguei na minha turma, velhinha, fui muito bem recebida, me aplaudiram, vieram me abraçar, dar as boas-vindas. Eu ficava pensando o que eu estou fazendo na faculdade, tenho que voltar pra casa para a minha costura. Mas foi lá que encontrei, depois de várias sessões de psicólogos e psiquiatras, uma verdadeira terapia. Fui amada e respeitada por todos”, revela com gratidão.

Por conta da pandemia do coronavírus, a graduação, que começou na modalidade presencial, precisou se adequar ao novo normal. As aulas passaram a ser remotas. Nada suficiente para impedir a jornada acadêmica de dona Maria. A aposentada tirou de letra o desafio tecnológico e seguiu conectada com colegas e professores, focada na realização de seu sonho.

“Nos primeiros semestres, as aulas eram presenciais e eu trabalhei de igual para igual com meus colegas, fazia tudo que o professor pedia. Não tinha aquela história de dizer ‘ela não vai fazer isso porque ela já tem a idade avançada’. Desde criança, eu sempre gostei de ser uma aluna aplicada. Após a pandemia do coronavírus, o restante do curso passou a ser online mas foi tudo tranquilo”.

A colação de grau também foi online mas sem perder o brilho e a emoção da conquista. “Para os jovens que pensam em desistir dos seus sonhos, eu digo que qualquer tempo é tempo. Se a gente não tem condições de realizar os nossos sonhos na juventude, a gente realiza quando Deus determina. E sempre é o tempo certo”, conclui a aposentada.

 

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