Morre Gal Costa, ícone da MPB, aos 77 anos

Considerada uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, a cantora Gal Costa morreu na manhã desta quarta-feira (9/11) aos 77 anos. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da artista. A causa da morte não foi confirmada.

Gal era uma das atrações do festival Primavera Sound, que aconteceu em São Paulo nesse fim de semana, mas teve sua participação cancelada de última hora. O diretor da turnê de Gal, Nilson Raman afirmou que ela precisava se recuperar após a retirada de um nódulo na fossa nasal direita e que ficaria fora dos palcos até o final de novembro.

A cirurgia ocorreu em setembro, pouco depois da apresentação de Gal no Coala Festival, em São Paulo. Desde então, a artista não se apresentava publicamente.

Trajetória

Atriz, compositora e cantora com grande influência no tropicalismo e na MPB, Gal trabalhou em uma loja de discos em Salvador, onde conheceu o cantor de bossa nova, João Gilberto. Em 1963, ela foi apresentada a Caetano Veloso, de quem seria grande parceira até o fim da vida.

Anos depois, Gal gravou duas músicas do álbum do Tropicália ou Panis et Circencis (1968), lançado por ela, Caetano, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé. Em 1968, a cantora esteve presente no 4º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com a música Divino Maravilhoso, a qual lhe concedeu o 3º lugar. No ano seguinte, mais dois álbuns foram lançados, Gal Costa e Gal, com músicas de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.

Durante o período de Ditatura Militar no Brasil, Gal Costa virou representante do tropicalismo no país. Com o álbum Fa-Tal: Gal a Todo Vapor gravado ao vivo, a cantora reforça a sua representatividade dentro do Tropicalismo, enquanto os seus parceiros Caetano e Gil estavam exilados.

Ao longo de seus mais de 55 anos de carreira, Gal lançou 43 álbuns, tendo 12 DVDs gravados e 16 participações especiais na televisão. Já foi indicada cinco vezes ao Grammy Latino e foi vencedora do Prêmio da Música Brasileira (2016) na categoria de melhor cantora.

Por: Ranyelle Andrade – Metrópoles