Um menino de 10 anos, natural de Guanambi, no sudoeste da Bahia, que foi diagnosticado com rins policísticos e fibrose hepática quando tinha oito meses de nascido, vai realizar no dia 1º de dezembro, em Salvador, uma exposição com quadros que ele pinta. O objetivo da mostra, que acontece no Hotel São Salvador, no bairro do Stiep, às 18h, é arrecadar fundos para cobrir os gastos da cirurgia de transplante de rins que ele terá que fazer.
Segundo Cleide Vieira Neves, mãe de Daniel Neves, serão cerca de 60 quadros, todos desenhados e pintados pelo menino. Os preços variam entre R$ 55 e R$ 100.
Cleide conta que era comerciante, mas largou o trabalho para cuidar do filho. “Com oito meses, ele foi diagnosticado com rins policísticos e fibrose hepática. A gente ficou fazendo acompanhamento no Roberto Santos e no Hospital das Clínicas, investigando, e aí passaram oito anos quando, em 2015, os rins pararam e ele teve que fazer hemodiálise”, conta.
Ela conta que, em março de 2016, após o início das hemodiálises, eles se mudaram para Salvador e que, desde então, Daniel está sem ir para escola. “Em 2016 eu ainda cheguei a matricular ele, mas ele ficava fraco demais, não aguentava”, conta Cleide.
Com Cleide sem trabalhar, ela, Daniel e a irmã do menino, que tem 15 anos, vivem do Benefício de Prestação Continuada (LOAS) que todo portador de doença crônica renal tem direito, no valor de um salário mínimo, além de ajuda da prefeitura de Guanambi e de familiares. “Uma prima nossa, que é nosso anjo da guarda, nos acolheu em Salvador”, diz.
A mãe do menino conta que foi essa prima que incentivou Daniel a criar os quadros. “Ele começou a desenvolver a pintura quando estava internado. Ele começou a desenhar, essa prima comprou umas telinhas, e ele começou a fazer”, conta Cleide.
O menino tem preferências por pintar animais, entretanto a exceção é uma personagem que ele criou: Nossa Senhora do Rim. Ele fez alguns quadros retratando a santa, com roupas bem coloridas.
Cleide explica que o doador para Daniel ainda não foi encontrado, mas que a cirurgia será realizada em São Paulo e, por isso, eles já estão se preparando para quando for a hora de viajar. Entretanto, ela ainda não estimou quando terá que levantar para garantir a hospedagem, alimentação e transporte deles na capital paulista. “Quando ele fizer o transplante, terá que ficar num apartamento. No começo do tratamento, a gente tem que ir toda semana para o Hospital, que fica no bairro de Higienópolis. Então, seria interessante um local que desse para a gente ir andando”, explica.
Na fila de espera por um transplante, Cleide faz uma apelo aos doadores. “Gostaria que, quem pudesse doar, que entrasse em contato com a gente”.