Tempestade deixa seis pessoas mortas em Minas Gerais

Foram retomadas na manhã de segunda-feira (24) as buscas por dois homens arrastados por um fenômeno da natureza conhecido como “chuva de cabeceira” que atingiu a Cachoeira do Zé Pereira, no município de São João Batista do Glória, no Sul de Minas Gerais, na tarde de sábado (22). No local, seis pessoas foram levadas pela força da água.

Os mortos são Mariana de Melo Almeida, de 25 anos, Alexsandro Antônio Pereira de Souza, de 32, Maurílio de Pádua Silveira, que praticavam rapel, e Pollyana Laine Diniz Furtuoso dos Reis, de 26, que nadava no local. Os corpos deles foram encontrados nesse domingo.

Bombeiros procuram Gustavo Alfredo Godinho Lemos Ferreira, de 26 anos, que também estava no grupo que praticava rapel, e Eduardo Gomes Morais, de 36, banhista que acompanhava Pollyana. Uma equipe do Corpo de Bombeiros da cidade de Passos está no local desde às 6h30 desta segunda-feira. De acordo com o sargento Anderson Marcos, da 2ª Companhia de Bombeiros de Passos, os militares vão subir o rio e vasculhar pedras e vegetação ao longo do curso d’água.

Chuva de cabeceira

Na tarde de sábado (22), um temporal na Serra da Canastra, onde nascem afluentes que chegam a diversos rios na região, gerou o grande volume de água que surpreendeu oito pessoas em cursos d’água nas cidades de São João Batista do Glória, no Sul de Minas, e São Roque de Minas, no Centro-Oeste do Estado. Embora em regiões distintas, os municípios são vizinhos e ficam na área de influência do Parque Nacional da Canastra.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, em São João Batista do Glória, as consequências do temporal surpreenderam seis pessoas que estavam na Cachoeira do Zé Pereira. Quatro delas (Mariana, Alexsandro, Maurílio e Gustavo) praticavam rapel e, possivelmente, segundo o sargento Anderson Marcos, foram pegas pela correnteza quando desciam um paredão de 20 metros, próximo à queda d’água. Já o casal Pollyana e Eduardo nadavam em um poço acima da cachoeira quando foram arrastados.

O sargento Anderson Marcos explicou que o primeiro chamado foi gerado em relação a Pollyana. Uma testemunha viu quando ela foi arrastada pela água. Eduardo tentou resgatá-la, mas não conseguiu. “Eduardo ficou preso nas pedras e não conseguia sair. A testemunha, em uma área mais distante, deixou o local para buscar algum tipo de socorro. Quando voltou, já não viu mais Eduardo”, explicou o militar. “Os banhistas estavam em uma área de risco, muito escorregadia”, afirmou. Durante esta busca que os militares souberam do grupo que praticava rapel.

Ainda segundo apuração dos bombeiros, a cachoeira onde o grupo estava é um local particular, de acesso proibido, e não há avisos sobre os riscos de nadar na área em caso de chuva.

Mortes em São Roque

Segundo o sargento Anderson Marcos, a mesma tempestade atingiu São Roque de Minas. Na cidade, a Polícia Militar foi acionada por populares e encontrou os corpos de duas adolescentes que desapareceram em uma região conhecida como Rio do Peixe: Bethânia de Matos Reis, de 13 anos, e Raphaela Matos dos Santos, de 14.

Fonte: Estado de Minas