Salvador registrou 26 casos de leptospirose este ano. O número representa uma média de 6,5 casos por mês, desde janeiro. Uma das vítimas da doença foi o dançarino do grupo FitDance, Cleidson Salustiano Francisco dos Santos, que morreu 37 anos, na madrugada de quarta-feira (17).
Os casos de leptospirose têm crescido na capital nos três últimos anos. Em 2016, foram 78 registros, com a mesma média mensal que 2019 tem até então: 6,5 ocorrências. Em 2017, o número subiu para 97 casos, com média de 8,08 casos ao mês. Já em 2018, o aumento foi ainda maior: 113 registros, com média de 9,4 casos mensais.
A chefe do setor de informações do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Ana Galvão, detalha quais são as áreas da capital baiana onde os casos são mais frequentes.
“Nós temos três distritos prioritários, por uma retrospectiva de casos nos últimos cinco anos. Então nós temos áreas quentes, que são os distritos do Subúrbio Ferroviário, Pau da Lima e Cabula/Beiru, que têm o maior número de casos registrados”, enumerou.
Chuvas x Leptospirose
O aumento das chuvas refletem diretamente nas ocorrências da leptospirose. A doença é causada pela bactéria Leptospira, presente na urina dos roedores.
Nas enchentes e alagamentos, a urina dos ratos, que contamina esgotos e bueiros, se mistura à água e a lama. Quando alguém entra em contato com um local contaminado, pode contrair a doença, como explica o pesquisador Ricardo Lustosa.
“A chuva lava o terreno, leva essa água e concentra bactérias nas partes mais baixas dos bairros. A maioria das pessoas sabem quais são os fatores relacionados ao risco de contrair leptospirose. No entanto, elas estão na parte baixa, recebem a inundação, suas casa são alagadas. Elas só têm o sofá, a geladeira, e elas precisam e querem salvar aquilo que elas possuem e acabam tendo contato com essa água contaminada”, disse Ricardo.
O caso mais recente é o do dançarino e coreógrafo do grupo FitDance, Cleidson Salustiano Francisco dos Santos, de 37 anos, morreu, na madrugada de quarta-feira (17), no Hospital Couto Maia, em Salvador. O enterro dele será nesta quinta-feira (18), às 10h, na Federação.
Cleidson, também conhecido como “Barata”, foi diagnosticado com a doença, depois de ser internado no hospital há uma semana.
Segundo a assessoria da FitDance, o artista foi diagnosticado com leptospirose quando a doença já estava em estágio avançado. Antes disso, Cleidson Salustiano esteve internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Brotas.
Por G1 BA