Estudante indígena Tuxá é aprovada em Medicina, na UNEB, e Psicologia, na UFBA

A aprovação da estudante indígena Tamaruhí Tuxá no curso de Medicina da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e no de Psicologia na Universidade Federal da Bahia (UFBA) é um marco que reafirma a importância dos investimentos na Educação Indígena. Egressa do Colégio Estadual Indígena Capitão Francisco Rodelas, em Rodelas, Tamaruhí trilhou um percurso acadêmico que alia tradição e inovação, mostrando que a escola é um espaço de acesso ao ensino superior, resultado de políticas públicas que respeitam e valorizam suas identidades. Com mais investimentos e oportunidades, jovens como ela seguem conquistando espaços de representatividade e produção científica, transformando o presente e o futuro de suas comunidades.

“Sou fruto da educação escolar indígena do povo Tuxá. Se hoje eu tenho a oportunidade de acessar as maiores universidades da Bahia, essa conquista é fruto de uma luta histórica traçada pelo meu povo. Hoje posso realizar o sonho que meus pais não conseguiram alcançar, e devo isso à luta feita pela minha comunidade e família, que me permitiram estar aqui. Essas aprovações são muito mais do que simples ingressos, elas são a honra por todos aqueles que vieram antes de mim, e todos aqueles que ainda virão”, ressalta a estudante.

Além de seu desempenho escolar, Tamaruhí se destacou como liderança estudantil: líder de classe territorial e deputada jovem baiana, pelo Programa Deputado Jovem Baiano, da Secretaria da Educação do Estado (SEC) em parceria com a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Nesta semana, ela realizou nova conquista com o lançamento do livro “Ingi”, um álbum poético produzido por artistas Tuxás, do qual a estudante também participou como autora.

“O resultado positivo demonstrado pela juventude indígena nas avaliações externas reflete o projeto político em curso na Bahia, liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues e, na Educação, pela secretária Rowenna Brito, que respeita os modos de vida, os saberes e conhecimentos das comunidades e garante uma oferta educacional que tem por base a construção coletiva, o diálogo e o orçamento disponibilizado e revertido para a concretização de uma educação contextualizada”, afirma a diretora da Educação dos Povos e Comunidades Tradicionais da SEC, Poliana Reis.

A estruturação das escolas indígenas também tem sido prioridade. Estão em construção novas unidades em municípios como Rodelas, Prado e Euclides da Cunha, além da reforma e ampliação de colégios em outras regiões. O reconhecimento do magistério indígena, com a equiparação salarial aos professores da rede estadual, é mais um passo para garantir uma educação de qualidade e contextualizada às realidades locais. “A juventude indígena na atualidade é o retrato dos avanços e desafios dos povos indígenas na busca por seus direitos”, ressalta o coordenador da Educação Escolar Indígena, José Carlos Tupinambá.

Ele ainda destaca que os jovens têm assumido protagonismo em lutas distintas, buscando conexões e valorizando seus modos próprios de ser e estar no mundo, além de defender o debate por uma educação escolar indígena específica e diferenciada. “E nesse sentido, a Educação Escolar Indígena tem sido uma ferramenta importante para o acesso dessa juventude nos mais variados espaços, sejam na aldeia, nas redes sociais, nas Universidades e em contextos políticos contemporâneo. Ver nossa juventude indígena trilhar os caminhos acadêmicos, sobretudo, oriundos das escolas indígenas é a confirmação que a política da Educação Escolar Indígena na Bahia tem dado certo e avançado, melhorando a vida dos nossos povos”, complementa.

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Texto: Tita Moura / Ascom SEC
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Tamaruhí Tuxá