Pesquisadores do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) estão em Guanambi realizando uma pesquisa de campo que pretende mostrar como o novo coronavírus está avançando no Brasil.
Segundo Manoel Paulo, secretário municipal de Saúde, serão realizados 250 testes rápidos no município. Ele ressaltou que os pesquisadores estão autorizados pelo Ministério da Saúde a realizar a pesquisa, O trabalho em Guanambi foi iniciado nesta quinta-feira (14).
Ao todo, cerca de 2.600 pesquisadores vão entrevistar e aplicar testes rápidos de covid-19 em pouco mais de 33.000 moradores de 133 cidades em todos os estados do país. Daqui a duas semanas, os pesquisadores voltarão a campo para realizar mais 33.000 testes e, duas semanas depois, mais 33.000. Ao final das três rodadas, terão aplicado cerca de 100.000 testes.
O projeto é uma iniciativa do Ministério da Saúde, que contratou o Ibope para realizar as pesquisas de campo. A empresa deverá receber quase 10 milhões de reais pelo trabalho. O entrevistador deverá usar equipamentos de proteção, como óculos, máscara e luvas, e visitará as pessoas em suas casas. Coletará uma gota de sangue de um dos moradores de cada domicílio e colocará o material em um aparelho que fará a análise. Se der positivo, o entrevistador deverá testar todos os moradores dessa casa.
Com os testes rápidos, será possível saber o percentual de pessoas que têm anticorpos contra o novo coronavírus, ou seja, que já entraram em contato com a doença. Os testes rápidos, porém, têm uma limitação: só detectam a doença se a pessoa estiver infectada há, pelo menos, 7 dias. Ou seja, muitas pessoas que fizerem o teste podem ter resultado negativo, mas estar infectadas e continuar sem saber disso.
Cada rodada de teste apresentará o retrato de um momento. O plano do Ministério da Saúde é que a comparação dos resultados das diferentes rodadas mostre a velocidade com que o vírus está se espalhando pelo país. Esse tipo de informação poderá ser útil, por exemplo, para balizar uma decisão sobre medidas de relaxamento do distanciamento social em uma determinada região.
Para esse trabalho, o Ibope contará com o apoio da Universidade Federal de Pelotas, que coordenou uma pesquisa similar no Rio Grande do Sul. No dia 15 de abril, a instituição divulgou os resultados dos testes aplicados em 4.189 pessoas em nove cidades gaúchas.
Dois deles testaram positivo para anticorpos do coronavírus, o que representou 0,05% da amostra. Extrapolando esse índice para o conjunto da população, os pesquisadores deduziram que havia 5.650 pessoas infectadas no estado, 7,5 vezes mais do que o número oficialmente confirmado naquele momento.
Por: Exame