Jovem morre ao ter pescoço atingido por linha chilena no Norte de Minas

Bruna tinha 24 anos e morreu ao ser atingida por linha chilena — Foto: Redes Sociais / Reprodução

Uma mulher de 24 anos morreu ao ter o pescoço atingido por uma linha chilena em Bocaiuva (MG). Bruna Santos Silva andava de moto por uma estrada que margeia a BR-135, quando foi ferida. Um homem foi preso.

Segundo informações fornecidas por testemunhas à Polícia Militar Rodoviária Estadual, ao ser atingida a jovem caiu e a moto ficou desgovernada. A linha chilena é usada ilegalmente para soltar pipa e tem maior poder de corte que de cerol.

O Samu foi chamado e constatou o óbito da jovem, que teve uma lesão profunda no pescoço e hemorragia intensa. A perícia da Polícia Civil também esteve no local. O corpo de Bruna foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Montes Claros (MG), junto com a linha apreendida no local.

Lugar onde Bruna foi ferida — Foto: João Lã dos Santos

O capitão Bruno Gonçalves explica que a PM conseguiu localizar um homem de 30 anos, que foi conduzido à delegacia. Testemunhas relataram que ele foi visto soltando pipa nas proximidades do local onde Bruna foi atingida e disseram ainda que ele estava correndo atrás de um pipa que se soltou.

“Recolhemos uma pipa e um pedaço da linha que, em tese, pode ser a mesma que vitimou a jovem. A perícia vai analisar a composição química para verificar isso”, explica.

De acordo com o capitão, a PM apreendeu carreteis com linha na casa dele.

“A primeira orientação é de que as pessoas não soltem pipa em qualquer lugar onde possam colocar em risco as vidas de terceiros. Com uso da linha chilena ou com o cerol, o que parece um lazer se torna uma situação extremamente perigosa, uma pessoa quer cortar a linha da pipa da outra, a pipa voa sem rumo e sem direção e pode acontecer uma fatalidade como essa”, destaca o capitão.

Antes de Bruna morrer ao ser atingida pela linha chilena, um cabo da PM também foi ferido com uma linha de cerol. Ele levou sete pontos na região do nariz.

Em Minas Gerais, a Lei 23.515 de 2019 proíbe a venda e uso de linhas cortantes e prevê aplicação de multa de mil unidades fiscais. Em caso de reincidência o valor é multiplicado por 50. O infrator está sujeito a responsabilidades civil e penal cabíveis. Quando a linha apreendida estiver em poder de criança ou adolescente, os pais ou responsáveis legais serão notificados e o caso será comunicado ao Conselho Tutelar.

Linhas apreendidas pela PM — Foto: João Lã dos Santos/Arquivo Pessoal

Por Michelly Oda, G1 Grande Minas