O professor e escritor e ex-secretário de Cultura da Bahia, Jorge Portugal, morreu, aos 63 anos, na noite desta segunda-feira (3), em Salvador. Ele estava internado desde a tarde desta segunda, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) cardiovascular do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS). Segundo a assessoria da unidade de saúde, Portugal teve de falência cardíaca aguda.
Ainda de acordo com o hospital, o ex-secretário de Cultura da Bahia estava em coma induzido e morreu por volta das 20h15. Segundo o boletim médico, ele já chegou à unidade em estado crítico com quadro de choque cardiogênico, que é quando o coração não consegue bombear sangue com eficiência.
Uma equipe do Samu foi acionada para atender o educador, que estava em estado grave com sinais de insuficiência respiratória.
Ele recebeu atendimento inicial e foi levado para o Hospital Geral Roberto Santos. Durante o trajeto, Jorge Portugal chegou a ter uma parada cardiorrespiratória, mas foi estabilizado. Não há detalhes sobre o que causou o quadro de insuficiência.
Nascido em 1956, na cidade de Santo Amaro, no recôncavo da Bahia, Jorge Portugal completaria 64 anos na quarta-feira (5). Formado em Letras pela Universidade Federal da Bahia, ele foi um educador, poeta, letrista e compositor brasileiro que marcou gerações. De acordo com a família, o enterro de Portugal será em Santo Amaro, às 16h, de terça-feira (4).
O educador ficou conhecido por obras voltadas para estudos universitários, como o livro “Redação é assim”, adotado por cursos pré-vestibulares de Salvador. Sempre sorridente, Portugal se consolidou como apresentador de televisão ao liderar por nove anos “Aprovado”, programa educativo voltado para estudantes universitários na TV Bahia.
Nas redes sociais, Jorge Portugal costumava ler poemas, postar músicas, e claro, dar dicas de estudos. No Instagram, o último post dele foi no dia 3 de junho. Antes, no dia 24 de maio, ele fez um vídeo falando sobre a quarentena.
“Para aqueles que nunca entenderam profundamente o que é cultura, está podendo vivenciar agora. A cultura do abraço, do carinho, do afeto, do estar próximo, isso está cancelado por um bom tempo. Eu só espero que, depois de toda essa experiência, a humanidade tire a essência dessa lição e seja bem melhor “, disse.
Entre as letras de sucesso compostas por Jorge Portugal está “Só se vê na Bahia”, escrita em parceria com Roberto Mendes e outras composições, que ficaram marcadas nas vozes de Gal Costa, Maria Bethânia e Elba Ramalho, como “Vida vã”, “Filosofia pura” e “A massa”.
Em 2015, Portugal foi nomeado secretário de Cultura da Bahia, onde ficou até 2017. Jorge Portugal deixa esposa, Rita Vieira, e três filhos, o sociólogo Caetano Ignácio, a atriz Bárbara Bela e o jornalista Thiago Dantas.
Por João Souza e Lílian Marques, G1 BA