A taxa de transmissão do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no Brasil se manteve abaixo de 1 pela quinta semana seguida, aponta monitoramento do Imperial College de Londres, no Reino Unido, com última atualização feita na segunda-feira (26).
O relatório mostra que o índice está em 0,98 – cada grupo de 100 pacientes com o vírus infecta outras 98 pessoas, o que indica desaceleração no contágio.
O número, também chamado de ritmo de contágio (Rt), reforça uma tendência de estabilização da pandemia no país. Como é uma média para o país inteiro, entretanto, ela pode camuflar situações regionais.
Na segunda-feira, por exemplo, 8 estados tiveram indicativo de alta de mortes: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Acre, Amazonas, Amapá, Ceará e Pernambuco. A última vez em que tantos estados apresentaram tendência de alta foi em 24 de setembro. Já outros 9 têm curvas que apontam queda, e 10 apresentam estabilidade.
Segundo a margem de erro do monitoramento britânico, a taxa de transmissão no país pode ser maior (Rt de até 1,02) ou menor (Rt de até 0,72). Nesses cenários, cada 100 pessoas com o vírus infectariam outras 102 ou 72, respectivamente.
Os cientistas apontam que “a notificação de mortes e casos no Brasil está mudando; os resultados devem ser interpretados com cautela”, sem dar detalhes.
Queda nos testes
Um levantamento feito pelo G1 com dados do Ministério da Saúde apontou uma queda nos testes no país entre agosto e setembro; especialistas apontaram que isso pode indicar uma piora na capacidade em achar casos da doença (o que influencia a estimativa do R).
Em agosto, a taxa de transmissão do novo coronavírus no país caiu pela primeira vez para valores abaixo de 1. O Brasil tem mais de 150 mil mortes desde o início da pandemia – o segundo maior número do mundo – e o número de casos de Covid-19 já passa de 5,4 milhões.