Uma mulher de 27 anos teve o auxílio emergencial roubado após bandidos usarem os documentos dela para receberem o benefício, em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador.
Érica dos Santos Santana tem uma filha de 2 anos e ficou desempregada durante a pandemia da Covid-19. No dia 16 de março, no caminho para faculdade, ela foi assaltada e teve todos os documentos levados pelos bandidos. “Levaram meus documentos, transporte, bolsa, todos os pertences que eu tinha”, contou Érica.
Sem renda, Érica baixou o aplicativo da Caixa Econômica para tentar receber o auxílio emergencial, mas teve uma surpresa: já tinham usado os documentos dela e sacado o dinheiro.
A estudante registrou boletim de ocorrência pelo roubo dos documentos e também pela fraude no auxílio emergencial. Ela procurou a Caixa, mas disse que a situação não foi resolvida, apesar de a agência saber para qual conta o dinheiro de Érica foi transferido e os dados de quem recebeu.
“Eles me informaram que não poderiam fazer nada por mim, porque não tinham acesso a nada relacionado ao aplicativo. Só a pessoa que faz o próprio cadastro que tem acesso aos dados”, disse Érica.
De acordo com o coordenador regional da Polícia Civil, Roberto Leal, o crime do qual Érica foi vítima é estelionato.
“O que vamos fazer inicialmente é a investigação do crime, identificar quem são os autores e tentar enquadrar as penas da lei. A situação do recebimento do valor que, porventura, ela tem direito, ela tem que tentar administrativamente com a Caixa Econômica. Caso não consiga, acionar a Defensoria Pública, que é o órgão responsável nesse momento, para ajuizar uma ação para recebimento desse valor”, explicou Roberto Leal.
Ainda de acordo com o delegado, apesar dos dados obtidos pela Caixa, há dificuldade na identificação do criminoso.
“Pessoas que cometem esses crimes utilizam vários artifícios. Entre eles, é a criação de laranjas, de pessoas fictícias ou, inclusive, ele pode se aproveitar de informações de documentos perdidos de outras pessoas, dados bancários, e cadastrar. A gente tem que analisar tudo e, ao final da investigação, indiciar se é ou não é a pessoa responsável pelo crime”, disse Roberto.
Enquanto isso, sem salário e sem auxílio, Érica conta com a ajuda da família, morando na casa da mãe e dependendo também do apoio do pai de sua filha.
“Quero que as autoridades tomem uma providência quanto a isso. E que a Caixa Econômica ou a Dataprev, tanto faz, também resolvam a minha situação, porque eu vou várias e várias vezes e nada é feito. Eu quero uma posição quanto a isso”, relatou Érica.
Em nota, a Caixa informou que a área de segurança do banco realiza um monitoramento e um mapeamento de ocorrências junto com os órgãos de segurança pública para evitar fraudes. Nos casos que tiverem comprovação de saques fraudulentos, o beneficiário será compensado.
Por TV Subaé