Ex-técnico da seleção brasileira de vôlei nos anos 80, ex-presidente do Botafogo e atual diretor de Administração e Controle do Atlético-MG, Paulo Roberto Freitas, o Bebeto de Freitas, faleceu nesta tarde de terça-feira, aos 68 anos, após um infarto fulminante. Um helicóptero chegou a ser chamado à Cidade do Galo, em Vespasiano, para atender o dirigente, que acabou não resistindo. O dirigente passou mal logo após a coletiva de apresentação do time de futebol americano do clube.
Bebeto teve extensa carreira esportiva. Sobrinho do jornalista e treinador de futebol João Saldanha, ele foi jogador e técnico da seleção brasileira de voleibol. Atleta do Botafogo, conquistou onze campeonatos cariocas de vôlei consecutivos (de 1965 até 1975), além de ter defendido a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de 1976, em Montreal.
Como técnico, levou o Brasil à medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, iniciando a época de sucesso da modalidade. Após a chamada “geração de prata”, o vôlei passou décadas no lugar mais alto do pódio e hoje é considerado o segundo esporte no país.
Bebeto também teve grande sucesso no vôlei italiano, ao comandar o Maxicono Parma (1990-1995), onde venceu cinco importantes títulos nacionais. Além disso, foi convidado a treinar a seleção italiana, de 1997 a 1998. Nesse período foi campeão da Liga Mundial, em Moscou, e campeão mundial, em Tóquio, e entrou no Hall da Fama da modalidade.
Ao aposentar sua carreira como treinador de vôlei, Bebeto iniciou suas atividades como dirigente profissional no Brasil entre 1999 e 2001, no Atlético-MG. Contratado como diretor-executivo pelo presidente Nélio Brant, ele trabalhava em conjunto com o diretor de futebol Alexandre Kalil, que viria a ser presidente do clube anos mais tarde.
Após uma breve passagem como dirigente do Botafogo em 2002, Bebeto concorreu à presidência de seu clube do coração no fim do ano. Eleito, conduziu em seu primeiro ano o regresso do alvinegro à Série A. Três anos mais tarde, ele foi reeleito ao cargo que ocupou o fim de 2008. No período, o Botafogo conquistou a concessão do Engenhão, batizado anos mais tarde de Nilton Santos.
Após deixar a presidência do Botafogo, Bebeto voltou a trabalhar no Atlético-MG, em 2009, dessa vez já comandado por Kalil. Quando foi eleito prefeito de Belo Horizonte, o ex-presidente do Atlético-MG anunciou Bebeto de Freitas como secretário municipal de esportes. Após a eleição de Sergio Sette Câmara à presidência do Atlético, em dezembro passado, Bebeto deixou a secretaria municipal e assumiu a diretoria executiva do clube.
Sempre gostei de gente de bem e honesta ao meu lado. Por isso gostava de estar perto de você. Encontramos mais tarde, Bebeto.
— Alexandre Kalil (@alexandrekalil) March 13, 2018
Em nota, o Botafogo decretou luto de três dias pela morte de Bebeto de Freitas.
“O Botafogo de Futebol e Regatas lamenta profundamente o falecimento de Bebeto de Freitas, ex-Presidente e ex-atleta do Clube, hasteia sua bandeira a meio mastro e decreta luto oficial de três dias. Aos 68 anos, ele morreu na tarde desta terça-feira na Cidade do Galo, onde teve uma parada cardíaca após participar do lançamento oficial do time de futebol americano do Atlético-MG.
Bebeto de Freitas é um dos nomes mais importantes do vôlei do Botafogo, com 11 títulos estaduais consecutivos. Disputou os Jogos Olímpicos de 1976 pela Seleção Brasileira e foi técnico nas medalhas de prata em 1984 e 1988. Na Itália, ganhou diversos títulos como treinador, como Liga Mundial e Campeonato Mundial.
Foi Presidente do Botafogo durante dois mandatos, de 2003 a 2008, com papel fundamental na reconstrução do Clube no período. E sempre foi um botafoguense apaixonado, além de defensor do esporte brasileiro.
Descanse em paz, Bebeto de Freitas. Toda solidariedade do Botafogo a familiares e amigos neste momento díficil.”
Obrigado por todo amor e dedicação ao Botafogo, Bebeto de Freitas. pic.twitter.com/EV9oxYPWKL
— Botafogo F.R. (@Botafogo) March 13, 2018
POR O GLOBO