Morte do cantor Cristiano Araújo e de Allana Moraes completa 2 anos

Saudade é o sentimento compartilhado por fãs do cantor Cristiano Araújo, que morreu aos 29 anos junto com a namorada Allana Moraes, de 19, em um acidente de carro na BR-153, em Goiás, há exatos dois anos. Entre eles estão as paulistas Maria Aparecida Silva e Denise Ferreira, que se hospedarão durante um mês em Goiânia para cuidar do jardim do jazigo do ídolo, no Cemitério Jardim das Palmeiras.

“Todos os meses pagamos para levar rosas no cemitério, porque a flor representa o nosso amor por ele. Agora, planejamos ir todos os dias lá no cemitério para cuidar de tudo”, contou Maria Aparecida ao G1.

O G1 Goiás publica esta semana uma série de reportagens especiais sobre os 2 anos da morte doo sertanejo e da namorada.

As fãs também marcaram no corpo o amor a Cristiano. Maria Aparecida, por exemplo, tatuou há um mês parte da letra de uma música e as iniciais do nome dele no ombro: ‘Amo até o céu C.A.’. Ela ainda planeja desenhar o rosto dele.

“Eu não pensava em fazer uma tatuagem, mas o amor por ele me fez mudar de ideia. Tatuei no meu corpo o que está tatuado no meu coração há muito tempo”, revelou.

Mesmo após a morte do cantor, vários fã-clubes seguem ativos. Criador de um dos maiores grupos, o Brothers do Cris, Antônio José Lopes Sousa, de 21 anos, possui quase 66 mil seguidores em uma rede social. Ele faz questão de manter a página mesmo após a morte do cantor.

“A gente gostava muito dele, e ele da gente, sempre falava com a gente, seguia o fã-clube. Continuar com o fã-clube é uma forma de agradecer pelo tanto de coisa que ele fez por nós, de continuar demonstrando o sentimento que temos por ele, e de mostrar o trabalho dele para quem não conheceu”, explicou Sousa.

O jovem ressalta que também tinha carinho por Allana. “Ela é muito querida, a encontrei pessoalmente duas vezes, e ela foi incrível, supereducada, inteligente. Ela fazia bem para ele, mudou a vida dele para melhor”, destacou.

 

Fãs também participaram da missa celebrada em memória dos dois anos da morte do casal. A vendedora Daiane Garcia, de 26 anos, por exemplo, viajou por 23 horas de ônibus exclusivamente para acompanhar a cerimônia, realizada na noite de quinta-feira (22), em Goiânia.

Acidente

O acidente aconteceu no dia 24 de junho de 2015, na BR-153, em Morrinhos, quando o sertanejo voltava para Goiânia após um show em Itumbiara, no sul do estado. Além dos namorados, também estavam no veículo, uma Range Rover, o motorista, Ronaldo Miranda, e o empresário Victor Leonardo. Os dois últimos ficaram feridos, mas deixaram o hospital dias depois.

O motorista perdeu o controle do veículo por volta das 3h10 daquela madrugada, 21 minutos após fazer uma parada em um posto de combustíveis. O carro saiu da pista e capotou.

O casal viajava no banco traseiro. Allana, na época com 19 anos, morreu no local. Já o cantor, de 29, foi socorrido e levado para o Hospital Municipal de Morrinhos. Depois, o transferiram em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Móvel até Goiânia. Assim que chegou à capital, ele foi levado em um helicóptero ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Apesar dos esforços para socorrê-lo, Cristiano não resistiu aos ferimentos.

Dados recolhidos da “caixa preta” do veículo mostram que o carro estava a 179km/h cinco segundos antes do acidente. Além disso, o casal não usava cinto de segurança.

O delegado responsável por investigar o acidente, Fabiano Henrique Jacomelis, concluiu que o motorista foi negligente e imprudente, mas não cometeu o ato intencionalmente. Por isso, a Polícia Civil indiciou Ronaldo por duplo homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

O Ministério Público Estadual fez a denúncia do crime, que foi acatada pelo juiz Diego Custódio Borges, da Comarca de Morrinhos, em setembro de 2015. O processo ainda tramita no Poder Judiciário.

Advogado de Ronaldo Miranda, Ricardo Oliveira disse à TV Anhanguera, por telefone, que o acidente foi uma fatalidade e que a falta do cinto de segurança foi a principal causa da morte de Cristiano e Allana. A defesa também alega que os três laudos sobre a velocidade do veículo são inconclusivos porque cada um aponta uma velocidade diferente. Ele acredita que o motorista será absolvido das acusações.

Por Paula Resende, G1 GO